quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Oposição afirma que o governo distribui presentes para alavancar candidatura de Iberê Ferreira


Crédito: Arquivo
Legenda: José Dias: “é um bingo eleitoral e não tem como ter legalidade”
Da redação - Jornal de hoje

A polêmica distribuição de brindes em forma de sorteios para cidadãos do interior foi o assunto principal da Assembleia Legislativa na tarde de ontem. Depois da denúncia do deputado estadual Getúlio Rego (DEM), os membros da base governista defenderam o Executivo e levantaram acusações contra os representantes da oposição. Para Gustavo Carvalho, o democrata está com “dor de cotovelo” pelas obras realizadas durante a administração Wilma de Faria (PSB).

Partiu da líder do Governo da Assembleia, deputada estadual Larissa Rosado (PSB), iniciar o debate. A parlamentar entregou a Getúlio uma cópia do contrato feito entre a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh) e a empresa KL Engenharia, que assina os cupons distribuídos pelo interior. “O objetivo da instituição é promover a divulgação da obra (Adutora do Alto Oeste). A intenção é realizar a mobilização social voltada para a promoção do projeto, fazendo a população se comprometer com a Adutora”, disse a parlamentar.

Com os documentos em mãos, Getúlio afirmou que o processo era mais uma prova da irregularidade. O Democrata disse que estava previsto apenas a entrega de bicicletas para os alunos inscritos no concurso de redação das escolas estaduais. “Não se fala na distribuição das geladeiras. Quem pagou pela compra desses produtos? Quanto foi gasto? Onde está a licitação para isso? A assessoria do Governo passa informações que não correspondem com a realidade, estão totalmente distorcidas”, criticou o líder do DEM.

Larissa explicou que o sorteio dos brindes era mais uma estratégia, como a do concurso de redação, para envolver a população no projeto, e que cabia apenas a KL Engenharia a definição das propostas para este objetivo. “A senhora não pode ser utilizada para falsear a verdade”, disse Getúlio para Larissa. “O contribuinte está pagando a farra. Qual é o processo licitatório para comprar geladeiras e bicicletas. Esta história do concurso de redação é uma farsa montada para colocar um pára-choque nesse escândalo. O Governo criou um novo estilo de governar: distribuir presentes para alavancar uma candidatura”, completou o democrata.

A pessebista insistiu na sua defesa. Larissa argumentou que os convites estavam sendo distribuídos publicamente nas cidades onde eram realizados os encontros, disse que vereadores dos municípios também participavam das discussões e negou qualquer interesse político no projeto.

Tropa governista diz que oposição está com “dor de cotovelo”


Em meio às denúncias da oposição, os deputados que integram a base governista na Assembleia Legislativa reagiram. Em aparte ao discurso de Larissa Rosado, o deputado estadual Ezequiel Ferreira de Souza (PTB) afirmou que “só não acreditava na legalidade da iniciativa quem não quer”.

Em seguida, Gustavo Carvalho (PSB) acusou Getúlio de estar com “dor de cotovelo” devido as obras realizadas pelo Governo Wilma de Faria (PSB). Além disso, o pessebista levou ao plenário duas ações civis públicas que correm na Justiça contra o prefeito de Pau dos Ferros, Leonardo Nogueira (DEM), filho de Getúlio, ambas criadas a partir do Ministério Público Estadual (MPE) com denúncias de improbidade administrativa.

“Mas não é por essas denúncias existirem que vou achar que o prefeito de Pau dos Ferros é improbo. Acho que a oposição está com um discurso pequeno e tacanho. O RN cansou disso”, disse Gustavo.

O terceiro aliado wilmista a pedir aparte foi o deputado Nélter Queiroz (PMDB), sucedido por Lavoisier Maia (PSB) e Wober Júnior (PPS). Este último, também partiu para o ataque. “Em uma entrevista o deputado João Maia disse que não conhece nenhum projeto da senadora Rosalba Ciarlini para o RN. Nós poderíamos perfeitamente explorar isso aqui, mas não é este o nosso objetivo. Queremos discutir o futuro do Estado, deveríamos sim discutir os benefícios da Adutora”, afirmou.

Em resposta, Getúlio disse, primeiro para Gustavo Carvalho, que jamais teve “dor de cotovelo para nada”. “Se você tem, não me coloque como vítima também”, completou em seguida. Depois, se dirigiu aos demais posicionamentos favoráveis ao Governo. “Alguém quer desvirtuar o debate. Não estamos discutindo a Adutora porque todos nós somos favoráveis a ela. É preciso abordar sim o oportunismo de transformar um programa do governo em alavanca política”, disse.

Por fim, coube ao deputado estadual José Dias (PMDB) fazer uma espécie de resumo de quase todos os pronunciamentos ditos na tarde de ontem. “Cada palavra dita aqui, é mais uma pá de cal em cima de um problema sério. É um bingo eleitoral que, se é feito com dinheiro do Estado, não tem como ter legalidade. Se fosse legal, não tinham escalado tanta gente para defender o Governo”, finalizou o peemedebista.

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